A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação nesta segunda-feira (30) em Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP), investigando um grupo suspeito de desviar mais de R$ 10 milhões da Lei de Incentivo ao Esporte entre 2019 e 2022.
O esquema teria sido liderado por um ex-servidor do Ministério do Esporte, envolvido com cinco entidades sem fins lucrativos, sendo quatro em Belo Horizonte e uma em São Paulo. O nome das entidades e do ex-servidor não foi divulgado.
As investigações indicam que as contratações realizadas por essas entidades, com recursos públicos, eram direcionadas para prestadores de serviços e fornecedores vinculados aos próprios dirigentes dessas organizações, caracterizando desvio de verba. Parte dos recursos teria sido desviada através de empresas ligadas aos dirigentes ou intermediários, além de indícios de lavagem de dinheiro.
Até o momento, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, e a Justiça Federal bloqueou quase R$ 180 milhões em bens dos investigados. As entidades suspeitas também estão proibidas de realizar novos projetos esportivos. O objetivo da operação é responsabilizar os envolvidos e aprofundar as investigações.
A Lei de Incentivo ao Esporte, criada em 2006, permite que pessoas e empresas destinem parte de seu Imposto de Renda para projetos esportivos e paradesportivos. Contudo, os investigados teriam se aproveitado desse repasse para desviar recursos através de contratações fraudulentas.