Mais de 70 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o anúncio de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, segundo informações da Defesa Civil de Gaza divulgadas nesta quinta-feira (16). Os ataques aéreos israelenses, intensificados horas após a revelação do acordo, também deixaram mais de 200 feridos.

O anúncio, mediado por Catar e Estados Unidos na quarta-feira (15), previa a libertação de reféns e a retirada gradual das tropas israelenses. Contudo, o cessar-fogo só entrará em vigor no domingo (19), segundo as partes envolvidas. Enquanto isso, a violência persiste, alimentando incertezas sobre a implementação do tratado.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 81 palestinos morreram nas últimas 24 horas. Com isso, o número total de mortos na guerra, iniciada em 2023, supera 46 mil. Entre as vítimas dos bombardeios recentes estão 19 crianças e 24 mulheres.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas de desrespeitar os termos do acordo, causando o que ele chamou de “crise de última hora”. O grupo nega as acusações e afirma estar comprometido com o tratado.

O cessar-fogo será implementado em fases. Na primeira, com duração de seis semanas, 33 reféns em poder do Hamas serão libertados gradualmente. Israel, em contrapartida, soltará até mil prisioneiros palestinos, priorizando mulheres e crianças. Durante esse período, 600 caminhões com ajuda humanitária deverão entrar diariamente na Faixa de Gaza.

A segunda fase, ainda pendente de negociações, prevê a libertação de todos os reféns e a retirada completa das tropas israelenses. Já a terceira etapa aborda a reconstrução de Gaza e o futuro da administração do território, mas sem garantias de consenso.

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman, pediu que ambas as partes cumpram o acordo. Já o presidente dos EUA, Joe Biden, enfatizou a necessidade de ajuda humanitária urgente para os civis em Gaza.

Enquanto a expectativa cresce, especialistas alertam que a fragilidade do acordo pode comprometer a sua implementação e atrasar o alívio à população civil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *