O número de crianças com miopia, que é a dificuldade de enxergar objetos à distância, está cada vez maior. Um estudo divulgado pela revista científica British Journal of Ophthalmology, no fim de setembro, revela que uma em cada três crianças do mundo têm miopia. A publicação destaca, ainda, que até 2050 a condição vai ultrapassar 740 milhões de novos casos na faixa etária entre 5 a 19 anos.

Em Belo Horizonte, o programa “Ver é Bom Demais”, que aconteceu entre os dias 3 e 4 de outubro, realizou testes de acuidade visual, exame que avalia a capacidade de visão do paciente. Os resultados mostraram que dos 191 testes feitos em crianças e adolescentes, 158 presentaram algum indicativo de miopia e a necessidade de avaliação médica.

Vilson Mayrink, presidente da Fundação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), que promove a ação, comenta que “em comparação ao último ano, houve um aumento de 25,42% dos casos de encaminhamento para consulta especializada. Ao todo, das 191 crianças e adolescentes atendidos, estimamos que, pelo 133 vão precisar do uso de óculos de lentes corretivas”.

Aumento dos casos de miopia pode estar relacionado à exposição às telas

A médica oftalmologista Débora Faleiros Leite, da Lumi Oftalmologia, destaca que “o uso excessivo de telas, a falta de atividades ao ar livre e o pouco acesso às consultas oftalmológicas têm feito com que problemas de saúde ocular cresçam de forma considerável entre crianças e adolescentes”. Ela recomenda que “pais e responsáveis incentivem os jovens a praticarem atividades que reduzam o contato com celulares, tablets e computadores. O ideal é a exposição à luz natural do sol, com o objetivo de reduzir as chances de progressão de miopia”, afirma.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica e a Sociedade Brasileira de Pediatria orientam que a exposição às telas seja evitada até os dois anos de idade. A partir dos cinco anos, o tempo máximo de uso diário é de uma hora. Para crianças entre seis e 10 anos, duas horas. Já para adolescentes, o período máximo permitido para preservar a saúde ocular é de até três horas.

Além de regrar o tempo de exposição à telas, o proprietário da rede de óticas Centro Visão, Fernando Cardoso, lembra que é importante incentivar as crianças a fazerem o uso correto das lentes corretivas. Pequenos de até cinco anos de idade tendem a ter ainda mais dificuldade de adaptação.

Itatiaia

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