Um estudo da Universidade de Lund, na Suécia, revelou que a obesidade antes dos 30 anos pode aumentar em 75% o risco de morte precoce. Os dados foram apresentados no Congresso Europeu sobre Obesidade, em Málaga, na Espanha. A pesquisa avaliou 620 mil adultos, entre 17 e 60 anos.

Os homens foram acompanhados por 23 anos, em média; as mulheres, por 12. O risco de morte precoce foi 84% maior entre os homens que ficaram obesos antes dos 30, e 79% entre as mulheres. A cada 500g de peso extra nessa fase, o risco aumentava 24% nos homens e 22% nas mulheres. Isso está ligado a doenças crônicas como problemas cardíacos, vários tipos de câncer e diabetes tipo 2.

Os pesquisadores destacam que prevenir o ganho de peso no fim da adolescência e início da fase adulta pode trazer benefícios duradouros à saúde. A obesidade em idades mais avançadas também elevou o risco de morte precoce: entre os 30 e 45 anos, o risco subiu 52%, e entre os 45 e 60 anos, foi 25% maior. No Brasil, dados da Pesquisa Vigitel 2023 mostram que 24,3% da população adulta tem obesidade (IMC igual ou superior a 30). Em 2008, esse índice era de 13,7%. Já o sobrepeso (IMC igual ou superior a 25) atinge 61,4% dos adultos, contra 44,9% em 2008.

O Atlas da Federação Mundial da Obesidade projeta que, até 2025, o número de adultos obesos no Brasil pode alcançar 31%, e o de pessoas com sobrepeso, 68% — cerca de 120 milhões de brasileiros. O estudo reforça a urgência de políticas públicas e ações preventivas focadas na juventude, para conter a escalada da obesidade e seus impactos futuros na saúde da população.

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