Sebastião Salgado, um dos fotógrafos mais importantes do mundo, morreu aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental fundada por ele.
Ele tinha um distúrbio sanguíneo causado por malária, contraída na Indonésia, e não conseguiu tratar apropriadamente. Por isso, se aposentou do trabalho de campo em 2024, dizendo que seu corpo estava sentindo “os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores”.
Com a morte de Sebastião Salgado, de 81 anos, nesta sexta-feira (23), o Brasil não perde somente um dos maiores fotógrafos do país, mas uma figura importante para a preservação do meio ambiente e da Mata Atlântica.
Em 1998, ele e sua esposa Lélia Wanick tomaram a decisão de reflorestar a Fazenda Bulcão, em Aimorés, Minas Gerais, que já era propriedade da sua família há mais de uma geração. Com isso, houve a recuperação da biodiversidade local, aliada a um desenvolvimento rural sustentável às margens da Bacia do Rio Doce.

A iniciativa resultou no plantio de aproximadamente 2,7 milhões de árvores, restaurando em média de 600 hectares de floresta. A área, antes desértica, voltou a abrigar centenas de espécies de fauna e flora nativas, muitas delas ameaçadas de extinção e foi o ponta pé inicial para a criação do Instituto Terra, ONG fundada pelo casal.
No perfil oficial no Instagram, a organização fez uma postagem sobre a morte do fotógrafo.
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”.

Informações: G1