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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio da Delegacia de Polícia de Inhapim, com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), deflagrou na manhã desta quinta-feira (29) operação para desarticular um esquema de corrupção na Secretaria Municipal de Saúde de São Sebastião do Anta/MG.

As investigações tiveram início após uma denúncia anônima apontar que a então secretária de Saúde e Vigilância Sanitária do município, uma mulher de 50 anos, estaria cobrando valores indevidos de pacientes para a realização de partos cesarianos no Hospital de Inhapim.

Uma das vítimas foi localizada e relatou que foi surpreendida com a cobrança de R$ 900,00 pelo procedimento, supostamente oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao procurar a administração do hospital — entidade privada, sem fins lucrativos, conveniada com o município — foi informada de que o parto seria realizado de forma totalmente gratuita, por meio da rede pública. Mesmo após essa confirmação, a investigada manteve as cobranças.

Durante a apuração, a Polícia Civil confirmou que o parto da paciente ouvida como testemunha foi integralmente custeado com recursos públicos, via convênio existente com o respectivo ente municipal, o que caracteriza a cobrança como ilegal.

O inquérito policial também identificou possíveis outros casos semelhantes, em que pacientes foram abordadas e pressionadas a realizar pagamentos irregulares diretamente à investigada.

Diante dos fatos, a Justiça autorizou a expedição de mandados de busca e apreensão, além da suspensão imediata da investigada da função pública por ela exercida e a proibição de contato com testemunhas.

Foram apreendidos aparelhos eletrônicos e diversos documentos para subsidiar as investigações.

Segundo o delegado Guilherme Lincoln Rocha Pereira, responsável pelas investigações, a operação demonstra a importância de combater desvios éticos e criminosos no âmbito da Administração Pública. “Esse caso reforça o compromisso da Polícia Civil com a ética, integridade e combate à corrupção em todos os níveis administrativos”, destacou.

O promotor de justiça Jonas Junio Linhares Costa Monteiro também participou das investigações e enalteceu o trabalho eficiente e conjunto com a Polícia Civil. “Trata-se de importantíssima vitória no combate à impunidade de atos de corrupção”, pontuou.

As investigações prosseguem com o objetivo de identificar outros crimes e possíveis terceiros envolvidos no esquema.

O nome da operação faz alusão ao combate cirúrgico da corrupção, com o intuito de extirpar o problema desde a raiz.

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