Ao menos 50 palestinos morreram nesta segunda-feira (16) em ações militares de Israel na Faixa de Gaza, segundo autoridades locais. Desses, 23 foram mortos perto de um ponto de distribuição de alimentos administrado pela Gaza Humanitarian Foundation (GHF), organização apoiada por Israel e pelos EUA.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo Hamas, informou que outras 200 pessoas ficaram feridas no incidente, que ocorreu em Rafah. As mortes restantes foram registradas em Khan Younis, após bombardeios.
A ONU criticou duramente a atuação da GHF, única autorizada por Israel a distribuir ajuda no território, classificando o sistema como “letal”. O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou que “pessoas famintas estão sendo mortas tentando conseguir comida”. Desde que a GHF assumiu o controle das entregas, centenas já morreram em tiroteios durante a busca por alimentos.
Israel afirma que impôs restrições para impedir o desvio de mantimentos pelo Hamas. O grupo nega e acusa Israel de usar a fome como arma de guerra. O novo sistema substituiu a distribuição feita por agências da ONU, incluindo a própria UNRWA, que continua impedida de operar plenamente.
A GHF divulgou nota dizendo ter distribuído milhões de refeições sem incidentes, embora relatos de saque a caminhões e tiroteios prossigam.
A guerra em Gaza já dura 20 meses e começou após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos e 251 reféns. Desde então, mais de 55 mil palestinos morreram em ações israelenses, segundo o Hamas. A maioria da população de Gaza está deslocada e a desnutrição é crítica.