A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (13) o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alessandro Stefanutto, na quarta fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024. O prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões. Stefanutto havia sido demitido do cargo em abril, após o escândalo vir a público. Segundo a defesa, ele colaborou com as investigações e provará sua inocência.

A ação da PF cumpre 63 mandados de busca e prisão no Distrito Federal e em 14 estados, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). Entre os alvos, estão o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad (José Carlos) Oliveira, que usará tornozeleira eletrônica, e os deputados Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e Edson Araújo (PSB-MA), além de Anderson Pomini, presidente da Autoridade Portuária de Santos.

Seis pessoas foram presas até agora, incluindo Stefanutto e Antônio Carlos Antunes Camilo, o “Careca do INSS”. Os investigados podem responder por organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção e lavagem de dinheiro.

As investigações apontam que os aposentados tinham valores descontados sem autorização, sob a justificativa de adesão a associações fictícias que ofereciam benefícios inexistentes. O governo já iniciou a devolução dos valores indevidamente retirados e prorrogou o prazo para contestação até 14 de fevereiro de 2026, por meio do aplicativo Meu INSS, da Central 135 ou nas agências dos Correios.

Alessandro Stefanutto, advogado e mestre em Gestão da Seguridade Social, foi indicado em 2023 ao cargo pelo então ministro Carlos Lupi (PDT). Em nota, sua defesa classificou a prisão como ilegal e afirmou que ele confia na Justiça para comprovar sua inocência.

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