A Justiça do Trabalho condenou a rede de farmácias Drogasil a pagar R$ 37 mil de indenização por danos morais a uma atendente vítima de racismo em uma de suas lojas, em São Caetano do Sul (SP). O caso aconteceu em 2018, no primeiro dia de trabalho de Noemi Ferrari, mas voltou a ganhar repercussão após ela divulgar em suas redes sociais o vídeo do episódio.

Nas imagens, Noemi aparece sendo apresentada por uma colega de trabalho, que faz comentários racistas sobre sua cor de pele, como: “Tá escurecendo a nossa loja? Acabou a cota, tá? Negrinho não entra mais”. A funcionária ainda ironiza as funções que Noemi deveria desempenhar, sugerindo que ela ficaria responsável por tarefas de menor prestígio. O vídeo foi compartilhado em grupos de WhatsApp da equipe.

Na decisão, a juíza Rosa Fatorelli Tinti Neta destacou que a gravação comprova o crime de racismo e rejeitou a alegação de que se tratava de uma “brincadeira” entre colegas. Para a magistrada, a situação demonstra o racismo estrutural nas relações de trabalho e reforça a necessidade de responsabilizar a empresa por não garantir um ambiente adequado a seus funcionários.

A sentença, publicada em 2023, foi confirmada pela 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2).

Em nota, a Raia Drogasil Saúde (RD Saúde) lamentou o episódio e reafirmou compromisso com diversidade e inclusão. Segundo a empresa, em 2024 foram contabilizados mais de 34 mil funcionários pretos e pardos, além de 50% dos cargos de liderança ocupados por pessoas negras, resultado de programas de equidade racial. A rede afirmou que seguirá investindo em ações concretas para construir ambientes de trabalho mais justos e inclusivos.

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