A defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmou ao blog de Andréia Sadi, nesta quarta-feira (26), que vai solicitar uma declaração formal da médica responsável para atestar os efeitos dos medicamentos tomados por Bolsonaro — entre eles pregabalina e sertralina, citados por ele na audiência de custódia, quando alegou ter passado por um “surto” ao romper a tornozeleira.

A nova narrativa da defesa difere da versão dada pelo próprio Bolsonaro à diretora do Cime (Centro Integrado de Monitoração Eletrônica), Rita Gaio, ainda na madrugada do episódio: ali, o ex-presidente disse que tentou abrir o equipamento “por curiosidade”. Foi apenas no dia seguinte, na audiência de custódia, que ele atribuiu o fato a uma “alucinação”.
O episódio da violação da tornozeleira — classificado como grave e confirmado por perícia que apontou uso de material de soldagem no dispositivo — foi um dos fundamentos usados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tirar Bolsonaro da prisão domiciliar e prendê-lo na superintendência da Polícia Federal (STF).

A prisão de Bolsonaro devido à violação tornozeleira não dizia respeito ao cumprimento da pena pela condenação na trama golpista.

Nessa frente, a estratégia, agora, é apresentar, até sexta-feira (28), um novo recurso ao STF – o embargo infringente. Isso vai ser feito mesmo sem chance de sucesso, uma vez que o julgamento na Corte já terminou, com objetivo de, no futuro, ter mais elementos para desacreditar o processo.

Mais adiante, a defesa de Bolsonaro pretende ao próprio STF uma ação de revisão criminal, com vistas a anular todo o caso. Essa ação, pelo princípio da revisão criminal, teria outro relator que não o ministro Alexandre de Moraes.

Além disso, a defesa estuda recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos.

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