O salário mínimo poderá sofrer um reajuste de 7,34% no próximo ano, alcançando R$ 1.515. O novo valor representará um aumento de R$ 103 em relação ao atual piso nacional, de R$ 1.412. O cálculo é baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos últimos 12 meses, que fechou em 4,84%, somado à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, estipulada em 3,2%.

Apesar de a soma indicar um possível reajuste de 8,04% e um salário de R$ 1.526, a proposta do governo federal estabelece um limite baseado no arcabouço fiscal, restringindo o crescimento real do salário mínimo. Segundo o Ministério da Fazenda, o ajuste ficará entre 0,6% e 2,5% acima da inflação, dependendo das receitas públicas do ano anterior. Assim, o salário será fixado em R$ 1.515 caso o Congresso Nacional aprove a medida até o final de 2024.

Além de influenciar diretamente o rendimento de mais de 60 milhões de brasileiros, o salário mínimo impacta benefícios como aposentadorias, pensões, seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Por isso, a discussão em torno do reajuste é estratégica para a economia e para as contas públicas.

Em nota, o governo esclarece que a política atual mantém a valorização do piso, mas ajustada aos limites fiscais. “Se o crescimento do PIB de dois anos anteriores for superior a 2,5%, o salário mínimo crescerá até este teto”, afirma o comunicado.

Nos últimos anos, os reajustes acompanharam a inflação e, em alguns momentos, garantiram aumentos reais. Desde 2016, o percentual variou entre 1,8% e 11,6%. Contudo, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que o valor atual está longe de atender às necessidades básicas de uma família, que deveriam ser supridas por um mínimo ideal de R$ 6.959,31 em novembro de 2024.

Com o reajuste para 2025, o governo busca equilibrar a valorização do salário mínimo com a sustentabilidade fiscal, um desafio central para as políticas sociais e econômicas do país.

R7

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