A Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou nesta terça-feira (25) a operação “Forasteiros”, desmantelando uma organização criminosa na administração municipal de Caratinga. A ação, coordenada pela 2ª Delegacia Regional, cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão temporária em várias cidades.
O nome da operação se deve à nomeação de pessoas sem vínculo com o município para cargos estratégicos, com o objetivo de fraudar licitações e desviar recursos públicos.
O líder do esquema, ex-servidor de Maricá (RJ), foi nomeado assessor executivo em Caratinga e indicou aliados para postos estratégicos. O grupo rapidamente iniciou contratos fraudulentos, como:
– OSCIP Universo Ação e Desenvolvimento – R$ 17.969.710,00
– Cootranspar Cooperativa de Transporte Paraíso – R$ 20.547.180,00
A fraude no Concurso de Projetos nº 001/2025, que resultou na contratação da OSCIP Universo Ação e Desenvolvimento, é um dos principais alvos da investigação. O certame foi feito sem concorrência real, favorecendo empresas do mesmo grupo. Relatórios do COAF apontam movimentações suspeitas entre as entidades envolvidas.
Outro foco é o contrato emergencial da Cootranspar, firmado por R$ 1.712.265,00 e elevado para R$ 20.547.180,00. A contratação foi baseada em uma falsa emergência declarada por uma secretária municipal. O líder do esquema detinha uma procuração com amplos poderes sobre a cooperativa, assinada antes das eleições, sugerindo conluio para futuros desvios.
A operação envolveu 77 policiais de diversas cidades. Com a prisão dos envolvidos e a apreensão de provas, a Polícia Civil seguirá investigando para desarticular completamente a quadrilha, reafirmando o compromisso com a transparência e o combate à corrupção.