A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (17), mais dois suspeitos de envolvimento no esquema de fraudes contra beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Sergipe. A operação resultou na apreensão de R\$ 35 mil em dinheiro, R\$ 68 mil em cheques e no sequestro de cinco imóveis avaliados em cerca de R\$ 12 milhões. A PF informou que a ação visa recuperar recursos públicos desviados e responsabilizar os envolvidos. Os nomes dos presos não foram divulgados, pois o processo segue sob segredo de justiça.
Enquanto isso, o Congresso Nacional avança na investigação do escândalo. O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, anunciou a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que vai apurar o esquema de descontos indevidos aplicados em benefícios previdenciários. A comissão foi proposta pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), com apoio de 223 deputados e 36 senadores — número bem acima do mínimo necessário.
A CPMI será formada por 15 deputados e 15 senadores titulares, além de suplentes, com prazo de funcionamento de 180 dias e custo estimado em R\$ 200 mil. A instalação oficial depende agora da indicação dos membros pelos partidos.
As investigações começaram em abril, por meio da Operação Sem Desconto, após denúncias de que milhões de aposentados e pensionistas estavam sofrendo descontos não autorizados em seus benefícios. As cobranças eram referentes a mensalidades associativas para entidades, sindicatos ou associações, sem consentimento dos beneficiários.
Dados do próprio INSS mostram que, até o momento, mais de 3,38 milhões de pessoas questionaram descontos. Desse total, 97,3% — cerca de 3,29 milhões — negaram ter autorizado qualquer cobrança. A PF reforça que o foco segue na recuperação dos valores desviados e na punição dos responsáveis.
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