Na manhã desta quinta-feira (17), a única igreja católica da Faixa de Gaza, a Igreja da Sagrada Família, foi atingida por um bombardeio. Três pessoas morreram e ao menos nove ficaram feridas, incluindo o pároco argentino Gabriel Romanelli, que teve ferimentos leves. O local abrigava cerca de 500 cristãos deslocados pela guerra entre Israel e o Hamas.

Segundo o Patriarcado Latino de Jerusalém, o ataque foi causado por um tanque de guerra israelense. O Vaticano confirmou a informação e classificou o ato como um “ataque direto” contra a igreja. Em pronunciamento, o papa Leão XIV lamentou o ocorrido e voltou a pedir um cessar-fogo imediato em Gaza. “Nada justifica o ataque a civis inocentes”, afirmou o Patriarcado.

Israel nega ter atacado locais religiosos intencionalmente, e afirmou que o projétil pode ter sido um disparo “perdido”, prometendo investigar. A igreja, situada na Cidade de Gaza, sofreu danos estruturais, com o telhado e janelas destruídos.

A comunidade cristã em Gaza é extremamente pequena, com apenas cerca de 135 católicos em meio a uma população majoritariamente muçulmana. Desde o início do conflito em 2023, cristãos têm buscado abrigo na paróquia.

O cardeal Pierbattista Pizzaballa, patriarca latino de Jerusalém, classificou o episódio como um “choque moral”. A Itália e a França também se manifestaram. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, chamou o ataque de “inaceitável”, enquanto o ministro francês Jean-Noël Barrot lembrou que a igreja estava historicamente sob proteção da França.

A Santa Sé divulgou nota reafirmando solidariedade aos atingidos e condenando a violência. O papa renovou o apelo por paz e reconciliação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *