Advogada de Deolane Bezerra, a ex-BBB Adélia Soares teria ajudado um grupo chinês a operar jogos ilegais no Brasil. Dentro do período de 22 de setembro de 2022 e 23 de julho de 2024, o grupo teria movimentado mais de R$ 2 bilhões. A advogada foi indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa. Deolane não é citada no inquérito.
A investigação começou no Distrito Federal após um funcionário da limpeza de uma delegacia ser vítima de golpe. Na ocasião, a quantia de R$ 1,8 mil foi transferida para Playflow – o documento da Junta Comercial de São Paulo aponta Adélia como administradora e representante legal desta empresa no país.
Após denúncia, a polícia descobriu o “caminho do dinheiro”. “Para uma empresa estrangeira funcionar no Brasil há uma série de regulamentações. O contrato precisa ser traduzido por tradutor juramentado, apostilamento da Haia, nada disso foi feito. É uma empresa ideologicamente falsa”, explica o delegado Erick Sallum ao Fantástico desse domingo (15).
A PlayFlow possui sociedade com a Peach Blossom River Technology Ltda, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas.
Como o esquema funcionava
A vítima entrava em um site de apostas e, para jogar, ela fazia um pagamento via pix para a PlayFlow. Em seguida, o valor era enviado para uma instituição de pagamento, que encaminhava para uma casa de câmbio e depois para fora do país.
Para isso, era necessário CPFs brasileiros. O grupo criminoso usava dados de pessoas que já morreram, de crianças e de pessoas que não existem.
O grupo de chineses foi intimado e, conforme a conversa obtida pelo Fantástico, eles confirmam o envolvimento da advogada no esquema.
A Justiça Federal irá investigar se Adélia recebeu dinheiro proveniente dos jogos ilegais. Em nota divulgada, a advogada diz que as acusações “são infundadas e resultam de um golpe praticado por terceiros, que utilizaram seu nome de forma indevida e criminosa”. Ela alegou ainda ter tomado providências legais cabíveis.