O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou na CPI do Senado que o esquema de fraudes financeiras envolvendo o Banco Master pode alcançar R$ 12 bilhões. A operação Compliance Zero levou à prisão do presidente da instituição, Daniel Vorcaro, e de quatro diretores, acusados de vender títulos de crédito falsos e emitir CDBs com promessas de retornos muito acima do mercado.
Na casa de um dos investigados, a PF apreendeu R$ 1,6 milhão em espécie. Vorcaro foi detido no aeroporto de Guarulhos ao tentar embarcar para Malta em um jatinho particular. Ao todo, seis dos sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão foram cumpridos em diversos estados.
As investigações iniciadas em 2025 apontam que o banco fabricava carteiras de crédito sem lastro, vendia esses ativos e depois os substituía por outros sem avaliação adequada, levantando suspeitas de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa. A crise se agravou horas após o anúncio da compra do Banco Master por um consórcio liderado pela Fictor Holding.
O Banco Central, porém, determinou a liquidação extrajudicial da instituição, encerrando suas operações e interrompendo automaticamente o processo de aquisição. O Master já enfrentava risco de falência por custos elevados de captação e investimentos considerados arriscados, além de questionamentos sobre transparência.
O BC também havia rejeitado anteriormente a tentativa de compra pelo BRB, alegando dúvidas sobre a viabilidade econômico-financeira da proposta. No contexto da operação, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor-executivo Dario Oswaldo Garcia Junior foram afastados por 60 dias.
O BRB afirmou que sempre atuou em conformidade com normas de compliance e prestou informações regulares às autoridades.