A Unidos de Vila Isabel confirmou o afastamento de Rayane Figliuzzi do posto de musa para o Carnaval 2026. A escola alegou incompatibilidade de agenda, mas citou a repercussão de “recentes acontecimentos”, referência à denúncia de racismo envolvendo integrantes da equipe da influenciadora. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais do Rio e enviado para investigação da Polícia Civil de São Paulo.

Segundo o boletim de ocorrência, ao qual o g1 teve acesso, a secretária pessoal de Rayane chamou de “macaca” a então assessora de imprensa Juliana Palmer durante um jantar em um restaurante japonês. Ainda conforme o registro, um copo com bebida alcoólica foi arremessado nas costas de Juliana. O caso foi classificado como injúria racial.

Juliana afirmou que Belo prestou apoio no momento e que Rayane não estava à mesa. Ela trabalha como assessora de imprensa ligada ao Carnaval há 18 anos e é filha do tradicional casal de mestre-sala e porta-bandeira Élcio PV e Dóris. Após as agressões, disse ter precisado de atendimento médico. A reportagem buscou Rayane e sua secretária, mas não obteve resposta.

No anúncio do afastamento, Vila Isabel reforçou seu compromisso com respeito, inclusão e combate à discriminação, afirmando repudiar qualquer ato preconceituoso. A escola destacou que a função de musa exige dedicação integral, o que, segundo a agremiação, não seria possível manter com a influenciadora. O presidente Luiz Guimarães afirmou que comportamentos discriminatórios não serão aceitos na comunidade.

Para 2026, a Vila apresentará o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A proposta é homenagear Heitor dos Prazeres, artista negro que eternizou a “Pequena África” e cuja trajetória simboliza ancestralidade, samba e identidade cultural.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *