Nesta segunda-feira (04/11), a Comarca de Galileia, no leste de Minas Gerais, foi palco de uma decisão emblemática na luta contra a violência doméstica e os crimes de feminicídio.
O Tribunal do Júri condenou um homem de 46 anos a 33 anos e 7 meses de reclusão em regime fechado pelo assassinato brutal de sua companheira, ocorrido há quase nove anos no município de Divino das Laranjeiras/MG.
A sentença foi proferida pelo Conselho de Sentença após apresentação do caso pelo Ministério Público. O crime aconteceu em 8 de novembro de 2015, quando a vítima, então com 35 anos, foi surpreendida pelo agressor no quarto de seu filho.
Segundo os autos, o condenado atacou a mulher com diversos golpes de faca, enquanto ela estava deitada, impedindo sua defesa. O crime foi presenciado pelo filho de apenas 10 anos, que, ao acordar com a cena, fugiu em busca de ajuda.
Motivado pelo desejo da vítima de encerrar o relacionamento, o autor demonstrou descontentamento ao saber que a companheira não aceitava o uso indevido de seu nome e documentos, como mostrado nos registros judiciais.
Esse comportamento abusivo culminou no ato de violência, expondo a mulher à tragédia que marcou a vida de sua família e chocou a pequena comunidade de Divino das Laranjeiras.
Para o Ministério Público de Minas Gerais, a condenação representa uma vitória significativa. O promotor responsável pelo caso, celebrou o reconhecimento integral das qualificadoras de feminicídio, motivo fútil e recurso que impediu a defesa da vítima.
Além de servir como resposta judicial à família, a condenação marca um precedente na região e destaca a importância de ações efetivas para a proteção das mulheres em situação de vulnerabilidade.
O caso ressurge como um alerta sobre a necessidade de denunciar sinais de violência e fortalecer as redes de apoio às vítimas.