Em meio a incertezas sobre a inflação global e o dólar, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou, por unanimidade, a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. A decisão, prevista pelo mercado, reflete o esforço do BC para conter a inflação no Brasil. O aumento é o quarto consecutivo e segue a linha de ajuste que teve início em setembro de 2024.

O Copom destacou que a economia brasileira segue aquecida, com a inflação acima da meta e os núcleos da inflação (que excluem itens voláteis como alimentos e energia) também elevados. Além disso, mencionou que as incertezas externas, especialmente nos Estados Unidos, geram instabilidade nos mercados. A postura do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, também é um fator importante na definição das políticas monetárias.

A previsão do Copom é de mais uma alta da Selic em março, mas a decisão sobre os próximos passos dependerá da evolução da inflação. O ciclo de aumento de juros tem como objetivo garantir que a inflação converja para a meta de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

Em 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a principal medida da inflação, acumulou alta de 4,83%, ultrapassando o teto da meta. O Banco Central prevê que a inflação continue pressionada, com uma projeção de 5,2% para 2025. O mercado, no entanto, está mais pessimista, com estimativas apontando para uma inflação de 5,5%.

O aumento da Selic tende a impactar o crédito, tornando-o mais caro e desestimulando o consumo e a produção, o que pode afetar o crescimento econômico. O BC, em seu último relatório, ajustou a projeção de crescimento do PIB em 2025 para 2,1%, mas o mercado espera um crescimento mais modesto, de 2,06%.

Com juros mais altos, o crédito se torna mais caro, o que pode enfraquecer a recuperação econômica. No entanto, a medida é essencial para manter o controle sobre a inflação e evitar um ciclo inflacionário descontrolado no país.

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