Imigrantes nos EUA vivem sob tensão diante do risco de deportação pelo ICE. Muitos evitam sair de casa, crianças faltam à escola e grupos monitoram a presença de agentes de imigração via WhatsApp. Um brasileiro na Flórida relata o medo constante e diz que amigos já foram detidos. Ele teme ser separado dos filhos, caso seja deportado.
Em Boston, o Brazilian Worker Center tem recebido pedidos de ajuda, inclusive financeira, pois imigrantes deixam de trabalhar por medo. A organização promove eventos educativos sobre direitos, contando com advogados para orientar a comunidade. Igrejas, escolas e centros comunitários são usados para essas reuniões, que passaram a ocorrer online devido ao receio dos imigrantes.
Crianças são especialmente afetadas. Uma professora em Massachusetts relata que alunos expressam temor de serem levados pelo ICE. Desde a posse de Trump, as faltas escolares aumentaram 50%. Muitos imigrantes também evitam consultas médicas e até a ida à igreja.
Outra preocupação é a revogação de uma diretriz de Biden que protegia locais como escolas e igrejas de ações do ICE, o que reforçou o medo da comunidade. Organizações locais tentam esclarecer direitos e diferenciação entre polícia federal e local.
O advogado Antonio Massa Viana alerta que, embora os grupos de WhatsApp ajudem, também podem gerar pânico desnecessário. Ele destaca que nem todos os imigrantes estão sujeitos à deportação acelerada e que há defesas legais possíveis, reforçando a importância de buscar informações corretas.