Dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida (SP), está em Roma para acompanhar o Conclave que escolherá o novo Papa, embora não possa votar por ter mais de 80 anos — limite estabelecido pelo Papa Paulo VI em 1970.

Apesar disso, ele participou das reuniões do Colégio dos Cardeais, onde se discutiram os desafios da Igreja e o perfil dos 103 possíveis sucessores de Francisco. Segundo Dom Raymundo, os encontros foram marcados por um clima fraterno, sem tensões ou indicações de nomes.

O arcebispo revelou que, durante o Conclave, não há debates: o momento é de oração e silêncio. Os cardeais eleitores fazem um juramento e depositam seus votos, que são apurados em seguida.

Ele acredita que a escolha do novo Papa ocorrerá em poucos dias, como nos dois últimos Conclaves — de Bento XVI e Francisco — que duraram dois e três dias, respectivamente. Damasceno estima que o processo atual não ultrapasse quatro dias.

Sobre o futuro Papa, o cardeal destaca que sua principal missão será continuar a evangelização e dar sequência ao trabalho do Papa Francisco. Ele também aponta desafios globais, como guerras, polarizações e a necessidade de promover a paz. Para ele, o Papa deve ser um testemunho de paz e unidade entre os povos.

Dom Raymundo reforça que não há um favorito claro e classifica o Conclave como uma “caixa de surpresas”, ressaltando que qualquer um pode ser eleito — inclusive um brasileiro. Entre os nomes que se destacaram para ele está o do cardeal Pietro Parolin, devido à sua capacidade e atuação pastoral.

Por fim, ele nega qualquer influência política no processo de escolha, como pressões externas de líderes de Estado, afirmando que os cardeais têm total liberdade em suas decisões, guiadas por critérios espirituais.

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