Parlamentares da oposição seguem ocupando os plenários da Câmara e do Senado em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A mobilização começou na noite de terça-feira (5) e visa pressionar pela aprovação de um “pacote de paz”, que inclui a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado.

Em turnos organizados, deputados e senadores da direita passaram a noite no Congresso e prometem manter o protesto até que as reivindicações avancem. A ação, embora classificada por eles como “obstrução”, não encontra respaldo no regimento interno das Casas, já que obstrução se dá por meios regimentais como pedidos de adiamento ou falta de quórum — e não pela ocupação física dos plenários.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cancelaram sessões e convocaram reuniões de emergência com lideranças partidárias. Ambos se disseram contrariados com a ocupação e defendem uma solução negociada.

O episódio ocorre em meio ao agravamento da crise entre Legislativo e Judiciário, além de discussões sobre sanções comerciais dos EUA ao Brasil. O senador Magno Malta (PL-ES) se acorrentou à mesa do Senado e permanece no local desde terça-feira, como forma de resistência simbólica.

Críticos alertam que a paralisação pode atrasar votações importantes, enquanto governistas acusam o movimento de afrontar a democracia e as instituições. A sessão solene da cúpula climática latino-americana precisou ser realocada devido à ocupação.

A crise política se intensifica com o impasse entre os poderes e a crescente polarização no país.

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