Após dois anos de danos causados durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o relógio histórico de Balthazar Martinot, uma valiosa peça de pêndulo do século XVII, foi restaurado e retornou ao Palácio do Planalto. A peça foi um presente da Corte Francesa a Dom João VI e sofreu danos durante a invasão do Planalto por extremistas, incluindo Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos de prisão.
O relógio, feito de casco de tartaruga e bronze, foi enviado à Suíça para o restauro e é uma das poucas peças remanescentes do relojoeiro francês que trabalhou para Luís XIV. Sua recuperação marca um momento simbólico para o país, junto com outras obras danificadas, como o quadro “As Mulatas”, do pintor Di Cavalcanti, e as esculturas “O Flautista”, de Bruno Giorgi, e “Galhos e Sombras”, de Frans Krajcberg.
Essas obras foram restauradas em um laboratório montado no Palácio da Alvorada, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e uma equipe de restauradores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O retorno das peças será celebrado durante a solenidade que relembra os dois anos da invasão dos Três Poderes, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes dos demais poderes.